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Elektra, de Claudio Furton

Atualizado: 13 de mai. de 2021



"A série nasceu como uma brincadeira. A princípio tive a ideia de representar personagens felinos da cultura pop/geek, parecidos com os gatos ou felinos de verdade. Como gosto muito de gatos e eles são, em sua maioria, gordos, achei que seria uma analogia interessante. Fiz dez ilustrações no começo e não imaginava que continuaria.
Para construir essa série de desenhos plus-size, eu escolhia os(as) personagens que seriam modificados e depois pesquisava modelos e lutadores(as) nesse perfil. Depois de tudo escolhido, eu faço todo o processo de esboço, composição, traço, cores e efeitos no photoshop. Nenhuma etapa é feita no papel.
O preconceito que encontrei nas redes contra gordos, direcionados aos meus desenhos, só serviram de combustível para continuar com o trabalho."


Conheça o Artista


Claudio Furton é formado em Artes (Unimesp), Multimídia (Senac) e Ilustração (Quanta). Atua como Ilustrador e arte-educador, tendo como clientes editoras, museus e produtoras de animação. Seus trabalhos já estiveram presentes em mostras e festivais nacionais e internacionais


@claudiofurton

Como foram seus primeiros contatos com a arte, Furton?


Antes da faculdade o meu aprendizado foi totalmente distante de qualquer instituição. A primeira vez que me interessei por arte, foi aos sete anos, frequentando a banca de jornal que meu pai abriu na época. No aspecto financeiro foi um fracasso, mas no aspecto cultural foi ótimo, pois na década d'e 1990 muitas mídias e referências também chegavam às bancas, me proporcionando um vasto acesso às histórias em quadrinhos. Meu brinquedo preferido era o desenho e eu passava várias horas copiando, experimentando e aprendendo na criação dos meus próprios personagens.


E você chegou a ter contato com outras áreas artísticas?


No período da metade da minha adolescência até a minha entrada na faculdade, eu me afastei “um pouco” do desenho. Tinha muitos amigos que gostavam de rock e tocavam instrumentos, por isso me envolvi com teatro e tive algumas bandas. Acho que foi um período onde aprendi muito ao me relacionar com outros interesses.


A sua formação é artística mesmo?


Pode se dizer que sim. Comecei o curso de licenciatura em artes em 2006, em uma faculdade de Guarulhos. Foram três anos onde vivenciei várias linguagens e voltei a desenhar, pintar, esculpir e etc. Em 2017 e 2018, fiz técnico em Multimídia no Senac Lapa Scipião. Tinha vontade de estudar uma área relacionada às artes, porém com mercado diferente. Era novamente um curso bem diverso, que me apresentou a vários softwares e conceitos. Com o pensamento mais focado em ilustração, nesses dois últimos anos eu fiz alguns cursos livres de cenário para animação, ilustração, character Design e Animação 2D.


E como tem sido sua trajetória desde que começou a produzir suas obras?


Minha trajetória é de experimentação e muita pesquisa. Após me formar em 2008, eu comecei a trabalhar em sala de aula. Fiquei um período pensando sobre minhas práticas, participei de bandas novamente, mas não tinha ainda consciência daquilo que eu realmente queria fazer. Até o fim de 2016 eu estudei mais um pouco e tive a iniciativa de participar de salões de humor, fazer algumas tiras de quadrinhos na internet e também fotografar. Mesmo com todas essas ações, eu me sentia perdido.


Quando fiz o curso de multimídia, em 2017, eu percebi que a ilustração estava realmente presente no meu fazer artístico, pelo fato de que todo o trabalho realizado no curso, até mesmo um site, eu relacionava à ilustração. Toda essa bagagem do curso aprimorou meu foco na área e me deu a oportunidade de lançar um curta metragem de animação no começo de 2019, que participou de festivais e fechou parcerias com o Itaú Cultural em 2020.


Ainda sou professor atualmente, mas também faço diversos trabalhos de ilustração, animação e salões de humor.


Há pessoas que te servem de inspiração em suas produções artísticas?


Alguns nomes pra mim são eternos, como exemplo, Robert Crumb, Angeli, Laerte, Flavio Colin, Julio Shimamoto, Art Spielgelman, Marjani Satrapi, Will Eisner, Luiz Gê, Glauco, Yoshihiro Togashi e Moebius. Esses artistas são eternos no meu coração, porém alguns trabalhos têm necessidades diferentes e necessitam de referências diferentes. O mercado de ilustração é muito amplo e isso me faz pensar que o foco está na “criação” e não em um profissional específico.


E como foi a criação do desenho Elektra, dessa série plus size?


Nessa série de personagens plus-size eu primeiro selecionava os (as) personagens que seriam modificados e então pesquisava modelos e lutadores(as) nesse perfil. Depois de tudo escolhido eu faço todo o processo de esboço, composição, traço, cores e efeitos diretos no photoshop. Nenhuma etapa é feita no papel.


O que diria para quem está começando Agora?


Eu realmente acredito que somente o estudo vai ajudar a definir o seu propósito na arte, portanto tenha sua mente sempre aberta para observar ao seu redor e aprender constantemente até com aquilo ou aqueles que você não gosta. Saiba interpretar as diversas opiniões sobre o seu trabalho, pois muitas críticas/pontos de vista são também alertas e podem melhorar muito os seus próximos trabalhos. Não fique bloqueado por críticas maldosas, tente separar o olhar técnico do olhar preconceituoso.


Gostou? Quer conhecer melhor o trabalho do artista? Encontre o Furton nos links:


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