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Gi é um Gênio, de Vaneza Lopes

"– Sua família é grande? Todos eles vão estar no oásis te esperando? E se eles não estiverem lá? Você vai ficar sozinha no deserto? De qual país você é? E, qual seu nome?

– Pelos deuses, meu filho! – ralhou a mãe, jogando um pedaço de pano para o menino. – Quantas perguntas para a menina! E se ela não quiser responder? Quanta curiosidade... e não se esqueça de se cobrir bem. Noite no deserto é sempre gelada, você sabe.

– Eu só queria saber algumas coisas... – O menino tentou se justificar. Ele olhou envergonhado para Gi antes de se cobrir. Aparentemente, o que ele tinha mesmo era uma grande curiosidade. Toda criança mortal possuía esse comportamento, conforme estava escrito nos pergaminhos de estudo dos gênios.

– Gi. Eu me chamo Gi."


Gi é um Gênio” é uma obra de fantasia de Vaneza Lopes, lançada no dia 19 de Dezembro de 2019 na Amazon. Contém noventa páginas e doze capítulos. O enredo conta a história de Gi, um pequeno gênio com um tamanho de uma criança de oito anos, que enfrenta desafios enquanto tenta terminar a missão dada pelos deuses.


Tudo começa com Gi na cerimônia de homenagem aos deuses, onde conhecemos quatro deuses: Miletah, deusa do conhecimento, Etatis, deusa do tempo, Poisenn, deusa dos mares e Thunder, o trovão. É engraçado como todos estes nomes são sutilmente alterados pela autora de forma interessante.


Nesta cerimônia é explicado a Gi que tem uma missão importante a fazer: Um mortal precisa de ajuda para impedir um desastre sem precedentes. Os deuses não podem atuar diretamente sobre a vida dos mortais, portanto Gi, sendo um gênio, pode fazê-lo. O Mestre Al orientaria Gi durante a sua missão. E é aqui que a aventura começa!


Temos alguns temas e assuntos a serem implicitamente retratados, como a crueldade humana e a ganância, mas como estamos perante um livro infanto-juvenil, a sutileza é necessária.


Uma curiosidade bastante interessante é que no mundo dos deuses, os gênios não têm gênero. No mundo dos mortais, Gi parece-se com uma menina, sendo tratada no feminino, mas no mundo dos deuses é tratada como sendo de gênero masculino. Quanto ao narrador, para revelar esta fluidade, trata Gi tanto pelo masculino, como pelo feminino.


Gi é um Gênio” é uma obra de leitura rápida, que nos leva a imergir no mundo de fantasia. Aconselhada ao seu público-alvo, os jovens, porém qualquer pessoa com o prazer da leitura poderá ler o livro e deliciar-se com a aventura de Gi. Foi a primeira obra publicada por Vaneza Lopes.


Conheça Vaneza Lopes


Professora, mãe, psicopedagoga e escritora, Vaneza Lopes gosta da escrita desde pequena, talvez antes mesmo de aprender a ler. Incentivada pelo pai, ela foi tomando gosto pelos livros. Publicou em 2019 seu primeiro livro, “Gi é um gênio”, de forma independente na loja Amazon.




Quais são os gêneros e temáticas que costuma trabalhar?


Desde muito cedo meu pai me incentivou a ter contato íntimo com literatura. Por isso, sempre me dei bem com histórias fantásticas. Na minha escrita criei gosto por abordar temas como confiança, autoestima, família e amizade. Tento desenvolver estes temas usando situações com as quais os personagens podem se identificar. Baseando em eventos reais. Quanto aos gêneros, eu costumo escrever fantasia e terror, que vem como resgate de algo que eu gostava quando criança, mas que abandonei durante a adolescência.


Quais obras artísticas você considera como inspirações e que acabam corroborando com a construção do seu estilo?


Eu me inspiro em várias fontes. Pode ser uma música, uma série de televisão, um mangá. Os livros que me ajudaram e de certa forma me incentivaram a escrever foram Harry Potter da autora J. K. Rowling e "O Pequeno Príncipe" de Antoine de Saint-Exupéry.


Harry Potter me trouxe influência na forma como a Rowling criou o mundo dos bruxos. Acho interessante como ela pensou em cada detalhe. E em "O Pequeno Príncipe", acredito que fui influenciada pelo autor a dar uma visão mais filosófica para a história.


Como você desenvolve seus personagens?


Carrego o intento de fazer o leitor refletir a partir do desenvolvimento dos personagens. Penso um pouco sobre a situação que o personagem está passando e tento fazer com evoluam de forma positiva. Busco construir os personagens baseando a vida deles na minha experiência de vida e das pessoas à minha volta. Também faço uso de arquétipos que geram reflexões emocionais e filosóficas. Em "Gi é um gênio", por exemplo, Gi precisa se desvencilhar daquele papel assumido de ser um gênio perfeitinho, e sente a necessidade de sair de sua zona de conforto, agindo fora do padrão. Caso não fizesse isso, pessoas inocentes poderiam sofrer.


Sobre sua trajetória, quantas histórias você tem publicadas e quais são seus títulos?


Eu publiquei Gi é um gênio” pela primeira vez na Amazon em 2019 de forma independente. No ano seguinte, consegui uma nova publicação, de forma impressa, com a editora Luva.


Também tenho contos em antologias e e-books na Amazon:

Thia & Theren: Em defesa do principado - Reservados em um bosque, Thia e Theren, gêmeos elfos, vivem para proteger seu povo. Depois de receberem uma suposta mensagem, os irmãos se prepararam para uma invasão iminente. Será que os dois são capazes de derrotar o ardiloso inimigo? Mesmo que isso signifique enfrentar um ao outro?

Uma companhia para Vincent - Vincent, um vampiro de mais de 150 anos, cansado da vida solitária, decide escolher uma mulher para ser sua noiva. Isso desperta o interesse de Kátia, uma morta-viva russa extremamente violenta e possessiva.

A escolha de Goreth - Após ler uma reportagem, Goreth lembra do seu triste passado e, incentivada pelo seu patrão – o vampiro Vincent –, decide rever sua família após anos sem vê-los. Estaria a governanta disposta a repensar suas escolhas e a encarar fatos que afetaram tanto a sua vida?

Assunto de família - Após décadas, Vincent recebe visita de um dos seus irmãos. Ele repassa a notícia de que o vampiro que os criou quer vê-lo. Pouco interessado em voltar à “família”, Vincent dispensa o convite - o que acaba colocando Goreth numa situação perigosa. Disposto a ajudar sua governanta, o vampiro retorna às suas origens e descobre que aquela não era uma visita comum. Um plano de vingança. A participação de uma bruxa. O encontro com criaturas da noite. Algo escondido no Vale da Lua. Vincent conseguirá lidar com tantos acontecimentos ao mesmo tempo que encara fatos do seu passado? O que ele fará pela sua família?


Fale um pouquinho da premissa de “Gi, é um gênio”.


Com relação à premissa, é um livro que trata de um mundo onde existem gênios. E esse mundo é um mundo fantástico por ter esses elementos, e um desses gênios é Gi considerado um gênio promissor, que futuramente será um grande mestre. Mas um dia Gi recebe a proposta de um antigo mentor para se encontrar com antigos deuses, e esses deuses querem testar Gi para ver se ele consegue cumprir uma tarefa, e futuramente fazer parte de um plano para de salvar o mundo. Então o Gi precisa cumprir a missão de ir para o mundo dos mortais, resgatar um artefato antigo e retornar para seu mundo. Porém, as coisas não dão certo, e Gi ao encontrar com os mortais têm o choque de realidade ficando diante de situações um pouco delicadas, se depara com crianças escravizadas e precisa decidir se usa seus poderes para ajudar ou se somente cumpre de uma vez sua missão.


Nesse livro eu quis mostrar que Gi está saindo de seu mundo de conforto, daquilo que era considerado um padrão para um gênio e indo para algo completamente novo, e que precisa tomar decisões sem apoio de um mestre ou de um tutor, e que essas atitudes tem suas consequências. Então também mostro no livro que Gi precisa confiar bastante nele mesmo e precisa confiar também no que seu mentor diz sobre ele ser realmente capaz de cumprir a missão dos deuses e servir o proposito maior.


Como foi o processo de pesquisa e estudo neste projeto?


Eu fiz pesquisa com relação a cultura árabe e indiana, pois pego elemento dessas duas culturas para colocar no livro da Gi, eu sabia que os gênios vinham da cultura árabe, mas depois de um tempo, enquanto pesquisava, tomei conhecimento que vinha da cultura asiática. Achei isso muito legal, pois quebrou uma visão que eu tinha de Alladim, por exemplo. É um personagem que originalmente vem de um conto chinês.


Mas eu pego mais a questão do visual e um pouco da organização, questão dos templos, alguns elementos que tem os deuses, mas não exatamente uma reprodução total da cultura indiana ou árabe, eu pego apenas alguns elementos e insiro na historia.


Acontece que, por gostar muito da cultura árabe, e principalmente de Alladim, acabei nutrindo um carinho por personagens com poderes diferentes, então criei Gi por volta do ano 2000, quando ficava matutando como seria se eu tivesse um gênio, que tipo de poderes e que aparência teria. Há varias historias de gênio então a criatura magica não seria uma novidade, mas eu queria colocar uma situação diferente do que já estamos acostumados e ver como se sairia.


Quais os seus projetos atuais?


Estou escrevendo a continuação da história da Gi. Planos de publicar um novo conto LGBT em breve e arquitetando um romance de fantasia para ser lançado ano que vem.



Edição por Elisa Fonseca

Entrevista por Filipo Brazilliano


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