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Purple Hearts em 3 atos

O filme “Purple Hearts” foi considerado o mais assistido na Netflix no mês de agosto. E a autora Diana Pinto, trouxe uma análise da estrutura em três atos dentro da obra. Este método foi criado por Syd Field. A maioria de livros, e até de filmes, são compostos por três atos. Esse número é o três, porque pensamos sempre na forma como a história é contada: princípio (ou começo), o meio e o fim. Cada uma destas partes é um ato. Para que estes atos sejam desenvolvidos, precisamos de um conflito e estes conflitos vão precisar de pontos de virada. PONTOS DE VIRADA SÃO EVENTOS QUE MUDAM O RUMO DA HISTÓRIA, seja para pior, ou para melhor.




Conhecendo o filme Purple Hearts


Purple Hearts, com tradução no Brasil de Continência ao Amor, estreou na Netflix no dia 29 de Julho, tornando-se no filme mais assistido na plataforma.



Luke Morrow e Sofia Carson

O longa conta a história de Cassie Salazar, interpretada pela atriz Sofia Carson, conhecida mundialmente pela série da Disney Descendents, filha de uma mãe solo imigrante que quer ganhar a vida como cantora e compositora, e Luke Morrow, interpretado por Nicholas Galitzine, conhecido pelo filme Handsome Devil, de 2017, um militar problemático.


Com inúmeras diferenças, o casal decide casar-se apenas por interesse, para obter os benefícios do exército dos EUA. No entanto, uma tragédia faz os dois confundirem realidade e ficção, o que faz eles apaixonarem-se um pelo outro.


Analisando a obra com a Estrutura dos Três Atos


Aviso: Pode conter spoilers



Cassie trabalha num bar e aproveita para cantar no local, muitas vezes com músicas autorais. Mas o seu problema de saúde, a diabetes do tipo 1, faz com que ela passe por dificuldades financeiras. Ela acaba por chegar à conclusão de que ou paga o aluguel, ou o seu tratamento de saúde. No meio de tudo isto, conhece um militar que está prestes a ir para a guerra, Luke Morrow, amigo de um outro amigo seu, e decide casar às pressas para obter o benefício de ganhar um plano de saúde. Do outro lado, temos Luke a querer pagar uma dívida a um traficante e, também desesperado, aceita o casamento. É este casamento que define o primeiro ponto de virada. E estamos a percorrer o minuto 30 na longa.


O segundo ato é todo acolhido pela relação entre o casal, a troca de e-mails, chamadas, e os problemas em manter o casamento. O ponto central ocorre próximo do minuto 60, em que Luke sai ferido em combate e é enviado novamente para os Estados Unidos. Nesse momento temos uma relação ficando mais estreita e os personagens secundários lidando de forma mais próxima com os protagonistas.


O fim do segundo ato, onde se dá o segundo ponto de virada, ocorre um pouco depois do minuto 90, em que o antagonista, o traficante, invade a casa da mãe da protagonista, depois de termos um novo vislumbre dele, ao perceber que o casal principal está casado.


O filme possui duas horas, e o terceiro, e último, ato vai desde um pouco depois do minuto 90 até ao seu fim, onde percebemos uma resolução.


Essa estrutura pode facilitar bastante a criação de uma história. E várias estruturas narrativas baseiam-se nesta, incluindo aí a famosa Jornada do Herói, que apesar de ter essa base subdivide-se em 12 partes.


O artigo foi feito de modo a facilitar a estruturação de suas próprias obras, mas conta pra gente, você tem algum conto ou livro que se baseie nos três atos?




Diana Pinto, portuguesa da capital, é escritora, crítica literária e roteirista. Publicou duas obras de mistério/suspense pela Chiado Books.




Artigo por Diana Pinto
Preparação textual por Elisa Fonseca
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